segunda-feira, 21 de novembro de 2016

"2-8-6!"

- na sequência da republicação (agora na «Santa») do texto em que A. M. Ribeiro refere Pessoa na  perspectiva de Luís Moitinho de Almeida, foi «reencontrado» um dos artigos que «repete, sem esclarecer definitivamente», o «papel» do Álcool em Pessoa 
- no caso, assinado por Pedro Anunciação, no Público de 11 de Nov. de 2002 - AQUI

Recorte:
[...] Fernando Pessoa viveu grande parte dos últimos 15 anos de vida naquela rua do bairro de Campo de Ourique. Extremamente tímido, crescentemente melancólico, Pessoa trocava umas palavras de circunstância enquanto puxava da garrafinha preta que guardava religiosamente na pasta de cabedal. "2-8-6!", pedia o poeta, enigmático. O senhor Trindade entregava-lhe os fósforos (dois tostões), os cigarros (oito tostões) e a garrafa atestada de bagaço (seis tostões). Pessoa agradecia, com a sua voz de catarro, as palavras cortadas aqui e ali pela tosse. Ele fumava pelo menos 80 cigarros por dia. Bebia como uma esponja. Com a sua reserva de 2-8-6 debaixo do braço, o poeta subia as escadas que conduziam ao seu mundo de papéis, personagens e fantasmas nocturnos.
[...]

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.