RECORTE do excerto, em pré-publicação, no «Público» de Galileu em Pádua — Os dezoito Melhores Anos da Minha Vida, de Alessandro de Angelis, professor de Física em Pádua e Lisboa.
[...] Chegaram os criados com os pratos e aquele prometia ser o melhor jantar da vida de Galileu. Primeiro foram presenteados com uma entrada de canoce, um crustáceo da laguna, que Galileu achou delicioso. Comeu seis, e Nicolò convidou-o a regressar em Novembro no dia de Santa Catarina, quando as canoce estão no auge da sua forma. — El dì de Santa Catarin xe meio la canocia de la galina [dialecto veneziano: “No dia de Santa Catarina, é melhor a canoce que a galinha”].
Depois as vieiras, o polvo, as sarde in saór [sardinhas em molho à base de cebola, pinhões e passas de uva, no dialecto veneziano]. Tudo regado por um vinho branco ligeiro e um pouco frisante, que normalmente não agradaria a Galileu, mas que naquele ambiente lhe pareceu um néctar dos deuses, melhor do que o melhor vinho Chianti. Por fim, chegou um grande peixe, um bransin [robalo, no dialecto veneziano], que na Toscana denominavam spinola. Foram os criados que o arranjaram. [...]
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